Antes de falar das “inteligências múltiplas”, vamos lembrar que, antes desse conceito, a inteligência era medida apenas pelos testes de QI (quociente de inteligência), que avaliam a inteligência lógico-matemática, linguística e, às vezes, a inteligência espacial; e, como diz o professor Gardner, elas não são um preditor razoavelmente bom de quem se sairia bem em uma escola do século 20.
O QI explica facilmente a inteligência de Einstein, mas, não explica o talento criativo de Beethoven; nem a incrível liderança de Gandhi, muito menos a genialidade de Pelé. E é aí que entra a teoria das inteligências múltiplas!
Essa teoria foi formulada pelo professor Howard Gardner, e descrita no seu livro “Frames of Mind”, publicado em 1983. Vamos ver, então, uma a uma.
As Inteligências Múltiplas
- A inteligência espacial é aquela que permite o reconhecimento e manipulação de padrões de espaços amplos (aqueles usados, por exemplo, por pilotos), bem como os padrões de espaços menores (como aqueles importantes para escultores, cirurgiões, designers ou arquitetos).
- A inteligência corporal-cinestésica é aquela que permite usar todo o corpo, ou partes do corpo (como as mãos ou a boca), para criar soluções (por exemplo, atletas, bailarinos).
- A inteligência musical é aquela que permite ter sensibilidade ao ritmo, tom, compasso, melodia e timbre; e pode envolver a habilidade de cantar, tocar instrumentos musicais ou compor música (por exemplo, cantores, compositores, instrumentistas, regentes musicais).
- A inteligência linguística é aquela que permite utilizar bem as palavras, seja na escrita ou na fala (por exemplo, oradores, escritores, jornalistas, poetas); bem como tem facilidade na leitura e entendimento de textos. É, às vezes, chamada de inteligência da linguagem.
- A inteligência lógico-matemática é aquela que permite conceituar as relações lógicas entre ações ou elementos, analisando problemas, resolvendo operações matemáticas e encontrando soluções (por exemplo, matemáticos, físicos, cientistas).
- A inteligência interpessoal é aquela capaz de interagir eficazmente com os outros; sensível ao humor, sentimentos, temperamentos e motivações dos outros (por exemplo, negociadores, políticos, líderes de equipes). Às vezes chamada de inteligência social.
- A inteligência intrapessoal é aquela que permite ter sensibilidade aos próprios sentimentos, objetivos e ansiedades; com capacidade de planejar e agir de acordo com as suas próprias características. A inteligência intrapessoal, segundo o professor Gardner, não é específica de nenhuma carreira, mas, ao contrário, deve ser encarada como uma meta para cada indivíduo em uma sociedade moderna complexa. Às vezes chamada de autointeligência.
Mais Inteligências
Ah! Só para complementar, quero citar que, em 1999, o professor Gardner publicou seu livro “Intelligence Reframed”, em que introduz novos conceitos como: inteligência naturalística (que permite reconhecer e classificar plantas, animais e outros elementos da natureza); e inteligência existencial (que permite abordar e interpretar questões profundas da existência humana). E nesse mesmo livro, Gardner, afirma que, pensando em inteligências múltiplas, é uma questão de tempo alguém nominar a inteligência moral, aquela que norteia moral e eticamente o indivíduo.
Por isso, é fundamental para qualquer gestor ou líder saber reconhecer as diversas competências dos membros de sua equipe, não apenas para proporcionar o desenvolvimento adequado, mas também, para o devido posicionamento no esquema tático do time (fazendo uma analogia com o futebol).